Monday 5 February 2007

Porque ainda há Homens (com agá grande :-p)

O Contexto: uma namorada triste por terem encontrado dizeres menos satisfatórios numa WC pública
A acção: um namorado atencioso que preserva a dignidade da sua cara-metade num gesto de 'candura literária'
O Resultado
:

Esquece os estúpidos que escrevinham nas paredes
O que a vida não lhes deu.
Tudo se passa um patamar acima
- não no pedestal, mas um patamar acima -
Onde fala mais alto uma nobreza particular.
Não é de armas que se faz a vida,
Nao é dos fracos que reza a História.

Não aparece nos compêndios nem nas enciclopédias
Quem defeca e escreve,
Defeca e fala,
Defeca e existe.
Procura nos memoriais,
Nas elegias
Nas reputações:
Nem uma referência só,
Nem uma!,
A esses mesquinhos
Sem rosto para dizer,
Sem coragem para olhar,
Escudados na esferográfica, inspirados por dejectos.
Não nascem, mas morrem.
Não fazem,
Não criam,
Não falam,
Não sabem.
Defecam sem coragem,
Atacam os bons
No anonimato da exclusividade.

Olha à tua volta.
Se esse medo é verdadeiro,
Lembra-te que não se ama por acaso.
Olha para ti.
Se o desgosto é concreto,
Lembra-te que nem tudo é corpo,
Lembra-te que, se fosse,
Estavas bem.
Olha que os prazeres,
A ledice
E os que te amam
Suplantam
(porque TÊM de suplantar!)
A estupidez do que anda longe.

Não pretendo que isto se transforme num local de divulgação de novos talentos da poesia nacional (ainda unpublished) e, não, também não sou a autora, mas há algumas coisas que nos despertam interesse e merecem, a meu ver, destaque one way or the other =)

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