Friday 23 February 2007

reminder

Good guys finish last. É triste, é inaceitável, mas é verdade.
Normalmente sabem quem tenho as notas optimistas guardadas para tds but let's face it: não compensa ser correcto, responsável, ter princípios, conceitos de ética, "saber estar"... Na vida adulta (nobody said it was fair, I know) assistimos a um regresso ao secundário, onde se assiste ao chico-esperto, ao jeitoso com jogo de cintura que engraxa aqui e suborna ali, em detrimento da boa prestação de um serviço de qualidade (no sentido mais abrangente dos conceitos envolvidos).

Food for thought para quem se sentir lesado (caso qualquer um dos barretes posturais lhe sirva)...?

Monday 12 February 2007

Falar por falar

«Recordo-me de descobrir que num poema era preciso que cada palavra fosse necessária, as palavras não podem ser decorativas, não podiam servir só para ganhar tempo até ao fim do decassílabo, as palavras tinham que estar ali porque eram absolutamente indispensáveis. Isso foi uma descoberta» Sophia de Mello Breyner Andresen

Nem só na poesia! Porque será que os silêncios são incómodos para tantos?
Entre dizer por dizer e cuscar a vida do próximo, não seria mais útil Falar? Falar sobre o tempo, sobre a bola, mas sem ser através das banalidades quase monossilábicas que parecem reinar...

(... perdoem mais um breve devaneio, desta vez inspirado na frase da grande Sophia...)

Wednesday 7 February 2007

quick 14 de Fevereiro post - desta vez a sério

Meus amigos, não vou voltar a maçar com a minha vertente passionate e opinionated.
Quero apenas divulgar que, de facto, o dia 14 de Fevereiro é um dia importante. Apesar da "descascadela" há uns dias, admito que se trata de uma data memorável MAS por ser o Dia Nacional do Doente Coronário.

[Fica o elogio à propaganda alusiva ao tema que vai passando na televisão nacional - muito bem conseguida.]

Mexam-se, por favor, e ponham os vossos familiares (e afins) a mexer também!
Não é preciso ir para um ginásio - pode não haver t€mpo sequer. Toca a andar! It's a good start!

Long live os bons hábitos!

:)

Tuesday 6 February 2007

it used to build character mas ... já se perdeu o controlo...

Um (not so) breve desabafo...

Há anos que todos sabemos o que é o bullying, pelo menos quem andou na escola pública (embora deduza que também tenha chegado aos colégios a longo prazo). Sempre houve quem se metesse connosco por esta ou aquela razão. Enquanto uns de nós tivemos a estaleca para lidar com a questão, nem todas as "ofensas" eram tão ligeiras assim, pelo que, em muitos casos, os danos poderão ter ficado para a vida.

Quem lida com eles em contexto de sala de aula ou até mesmo na família é, na maior parte dos casos, quem menos se apercebe do que se passa. A tradicional máxima portuguesa "só acontece aos outros" abarca variadíssimas áreas do quotidiano.

Ao contrário do que pensam os que mais disso falam, não é uma mera tradição que serve para build character. Não! Talvez tenha começado assim mas o bullying actual atingiu proporções desmedidas.

Passámos de uma época em que os bons alunos se viam remetidos ao silêncio [porque o que fica sempre in é mesmo o rufia, cujo insucesso escolar se deve a ele próprio], para uma altura em que a violência psicológica e física até exercida entre os ditos colegas de turma atinge o seu expoente máximo.
Nem todos temos o mesmo sentido de humor; nem todos encaixamos as coisas da mesma forma; nem todos acham que é ao rebaixar e atingir a dignidiade do próximo que se marca a diferença.

Deixo uns links que poderão esclarecer os mais curiosos
http://www.portoeditora.pt/bdigital/default.asp?tipo=8&artigo=ESP_20051102_529&idautor=8&param=08030000

http://www.childline.org.uk/Bullying.asp

e, como vem sendo habitual, lanço (yet another) apelo a todos que se vejam num papel de formadores (pais, professores, auxiliares de educação, tios/as, avôs/ós, - you name it): abram os olhos a alterações de comportamento - dá MUITO trabalho estar alerta a tudo, bem sei. Contudo, é por ninguém se dar ao trabalho de agir que as coisas ficam no estado em que se encontram. "Faz-lhe bem", "Mostra-lhe como é" - chega da conversa saloia de quem se quer afirmar espezinhando tudo e todos. Mais grave, os que recuperam, querem vingança e farão com que outros passem pelo mesmo e assim se arrasta este ciclo vicioso.
Sim, é mesmo de pequenino que se torce o pepino - nas idades em que a personalidade fica definitivamente inclinada (biased é sempre difícil de traduzir) num qualquer sentido, cabe-nos a nós evitar os futuros deprimidos de amanhã.

Lírica? Talvez, mas convenhamos, se não o formos na nossa idade, quando o seremos?
Reitero a ideia de que podemos mudar as coisas - basta agirmos!

O "puto" que foi massacrado, atingido todos os dias pelas sapatilhas, pelo casaco, pelos trocos do almoço, rebaixado em público, humilhado perante os colegas PRECISA de ter um qualquer ponto de refúgio - muitas vezes a vergonha é tal que jamais contará em casa...or at all really! Já não basta quando exageram e se sentem mal por não ter sabido a resposta? Ou pela nota menos boa?
Acreditem ou não (não considero o tom semi-alarmista despropositado de todo), esses anos vão esculpi-lo para o futuro. Indecisão, falta de confiança, para não falar da auto-estima, , são questões (true issues) superáveis, obviamente, mas requerem trabalho... de várias partes quando as há.
Já lá dizia o outro que deu o nome ao Instituto de alemão - "O saber não basta, temos de o aplicar. A vontade não basta, temos de atuar." (G)
Não querem contribuir? =)

Monday 5 February 2007

Porque ainda há Homens (com agá grande :-p)

O Contexto: uma namorada triste por terem encontrado dizeres menos satisfatórios numa WC pública
A acção: um namorado atencioso que preserva a dignidade da sua cara-metade num gesto de 'candura literária'
O Resultado
:

Esquece os estúpidos que escrevinham nas paredes
O que a vida não lhes deu.
Tudo se passa um patamar acima
- não no pedestal, mas um patamar acima -
Onde fala mais alto uma nobreza particular.
Não é de armas que se faz a vida,
Nao é dos fracos que reza a História.

Não aparece nos compêndios nem nas enciclopédias
Quem defeca e escreve,
Defeca e fala,
Defeca e existe.
Procura nos memoriais,
Nas elegias
Nas reputações:
Nem uma referência só,
Nem uma!,
A esses mesquinhos
Sem rosto para dizer,
Sem coragem para olhar,
Escudados na esferográfica, inspirados por dejectos.
Não nascem, mas morrem.
Não fazem,
Não criam,
Não falam,
Não sabem.
Defecam sem coragem,
Atacam os bons
No anonimato da exclusividade.

Olha à tua volta.
Se esse medo é verdadeiro,
Lembra-te que não se ama por acaso.
Olha para ti.
Se o desgosto é concreto,
Lembra-te que nem tudo é corpo,
Lembra-te que, se fosse,
Estavas bem.
Olha que os prazeres,
A ledice
E os que te amam
Suplantam
(porque TÊM de suplantar!)
A estupidez do que anda longe.

Não pretendo que isto se transforme num local de divulgação de novos talentos da poesia nacional (ainda unpublished) e, não, também não sou a autora, mas há algumas coisas que nos despertam interesse e merecem, a meu ver, destaque one way or the other =)