Thursday 22 November 2007

devaneio ou algo pior

Olho à minha volta e é como se nada mais me surpreendesse. Como invejo os mais pequenos para quem tudo é descoberta!

Mantenho ilusões pueris de que serei capaz de mover montanhas e mudar o mundo e de que conto com alguém nessa viagem mas na verdade, é apenas e só isso mesmo- uma ilusão. Afinal, cada um tem os seus pequenos (e grandes) dramas pessoais e problemas à volta do próprio umbigo . Não será justo pedir que se aliem a mim quando até eu sou feita de promessas e, dir-se-ia até, "mais olhos que barriga".

De que adiantam vão queixumes e pedidos (a quem?) para tornar o mundo um sítio melhor? Talvez ainda acredite, de facto, que se cada um fizer a sua parte, se chegue a algum lado. No entanto, poucos são os que se dão ao luxo de assumir a sua sensibilidade e sentir o que de mau há, tentando dedicar algum tempo a questionar o que pode ser feito. Problemas sociais, problemas ecológicos, problemas políticos, problemas do quotidiano... mas sempre problemas...

Entre picos opostos de personalidade - a vida acaba por endurece o mais sensível dos feitios - nos vamos arrastando, lutando por razões que nos distraiam do que tanto nos preocupa. Uns disfarçam(os) melhor as questões do "umbigo" e procuramos dedicar algum tempo ao "umbigo" alheio mas, ainda assim, como é espantoso confrontar aquilo que na nossa infância era a ficção científica com o presente.

Desbafamos entre nós, procuramos ajuda em quem nos ouça, ainda há os que recorrem a profissionais quando não conseguem abrir-se uns com os outros e questiono-me: onde errámos? Antigamente tudo parecia mais simples e muitas das preocupações eram já as mesmas!...

Enganemo-nos um pouco mais apostando nos mais jovens, como outrora nos fizeram a nós, mesmo que tivessemos quem nos considerasse a geração (à) rasca (take a look around though - bet you regret that pensando que não seria possível a juventude descer mais baixo...ao menos não tínhamos reality shows, morangos com açúcar eram apenas uma sobremesa especial e, apesar de tudo, ainda conseguíamos pensar um pouco por nós próprios).
E uma vez mais, sem qualquer fio condutor, acabo por ir preenchendo as linhas vazias sem qualquer ordem, reflectindo talvez o caos que nos rodeia e contra o qual remamos sempre intensamente....enfim...
... nunca mais é Natal!

1 comment:

NoManIsAnIsland said...

Optimismo é preciso...