Ora bem, confesso que desta vez a ausência foi maiorzinha mas também, convenhamos, não era suposto nas férias a gente desligar-se de tudo?
Infelizmente, as férias acabaram (há já algum tempo) e a reentrada no serviço gera toda uma nova necessidade de...férias.
Não, não se trata da ressaca das férias; não, não se trata de preguiça (workoholic here, rhello!!!); tratar-se-á talvez de toda uma desilusão generalizada pela incompetência que reina nos mais variados sectores.
Viramos o disco e tocamos o mesmo, sim, uma vez mais contra nós, overworked e clearly underpaid, que tanto lutamos para vencer as injustiças e (utopicamente e em vão?) criar um mundo melhor, surge mais uma investida que nos tenta deitar por terra.
Mas afinal que mais querem? A gente dedica-se de corpo e alma, para os mais crentes, e trabalha praticamente 24/7, demonstrando acima de tudo uma versatilidade incrível sem que para isso haja incentivo e vêm uns jeitosos falar de coaching e self-motivation e com isso, qual chico-esperto, ganhar uns cobres valentes e , passo a expressão, comer-nos por camelos.
Meus amigos, aos que ainda se encontram neste país medíocre (com um primeiro-ministro que envergonha o nobre nome que lhe foi atribuído, uma ministra da educação que nem deve saber o que É Educação, piadas no sistema de saúde e crescimentos económicos de percentagens mínimas que o comum dos mortais não sente de todo), a todos esses heróis que, como nós, vão trabalhando sabendo que o futuro nada de bom trará, deixo um elogio e um conselho: é espantoso como vão conseguindo sobreviver (em casa dos pais ou não*) MAS pirem-se para um país civilizado onde triunfem de acordo com a vossa produtividade, criatividade e capacidade de trabalho.
Não deixem que vos transformem apenas em ocos animais sociais, aparentemente dinâmicos mas verdadeiras nulidades laborais.
*E agora uma breve nota (repetida?) sobre os jovens de hoje: a nossa juventude não tem DE TODO as capacidades financeiras mínimas para ter/criar alternativas. Com bons (?!?!?!?!?!?!)empregos de 500 e 600EUR por mês, os nossos jovens, com talento, cabeça e capacidades promissoras (nacionalmente para sempre por explorar, a não ser que, claro está, tenham as devidas cunhas), pouco conseguirão fazer. Qd forem maldizer a juventude, lembrem-se q 'tá difícil e não é fácil inventir ideais.
As gentes manifestam-se contra o aborto mas não oferecem apoios suficientes para o aumento da natalidade;Manifestam-se contra a educação, mas regem-se inviolavelmente pelas cores partidárias, por uma "coerência" aparente, independentemente do atraso do país [para o qual tb contribuem];Manifestam-se contra o que não devem, for all the wrong reasons, e vivem numa pequenez absurda onde um salazarismo inerente vai passando de geração em geração.
É grave!O país atingiu o fundo e anda para trás a uma velocidade vertiginosa e os cidadãos preocupam-se apenas com os circos mediáticos que lhes fecham os olhos para questões maiores (quais Carolinas, quais quê).
É triste! Há muitos anos travaram-se batalhas que agora parecem ter de se lutar novamente.
É absurdo e "pequenino", tão típico da mentalidade deste país que outrora foi grande e que a isso se agarra de forma...."pequenina" e mesquinha..
Não critico por criticar mas por sentir na pele, como tantos de vós, estrangeirados ou não, que isto assim não vai lá...
Lanço a pergunta com a imagem do Almada... Que futuro?
Monday, 10 September 2007
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